segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Opostos necessários





E quanto mais o tempo passa mais possuo a certeza de que a vida é feita única e exclusivamente de momentos, bons ou ruins, que por uma fração ou porção de segundos penetram em nossa alma fazendo–se eternos e distinguindo-nos das milhares de histórias de todos os demais seres, nos tornando especiais.

“É somente no fundo do poço que se encontra água limpa”, para hoje dizer que estou feliz, que estou em paz foi necessário conhecer seus opostos... E como tudo, trago a lição de que dias de tempestades acabam, assim como os dias de sol, mas que sobretudo seria impossível a existência de um se houvesse a ausência do outro...



“Se você está no chão e olha para a terra, ela parece muito grande. Se esta em um parquinho e se abaixa, com o rosto perto do chão, como se estivesse procurando alguma coisa bem pequena, ela parece maior ainda. Há quilômetros de concreto indo para a frente e quilômetros de céu indo para cima e quilômetros de nada indo para lugar nenhum no meio. Os meninos jogando futebol são gigantes, a bola é um planeta, as meninas pulando são árvores arrancando as raízes e cada giro da corda a terra treme. Mas se você olha do céu, os meninos e as meninas e a bola e a corda parecem menores que moscas.”
(A Menina que Fazia Nevar - ,Grace MacCleen)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Um pouco de descaso...



Há situações que simplesmente nos chocam a ponto de não saber ao certo como iniciar um relato.



Durante esta tarde, encontrava-me na diretoria do Curso de Turismo da UnG organizando determinada documentação para meu TCC, quando uma funcionária, não sei de qual setor, chegou ao departamento acompanhada de um senhor pedindo que nós o ajudássemos.

Ao ouvi-lo, nos foi apresentada a seguinte situação: “Sou índio, do Pará. Saí da minha tribo (com mais sete pessoas) assim que se iniciaram as obras em Belo Monte. Nos instalamos em Campinas onde vendíamos artesanato, até o momento em fomos assaltados e ameaçados; após abrirmos um B.O. partimos rumo a Guarulhos em busca do órgão de defesa ao índio. Demoramos 28 dias de Campinas até aqui a pé, chegando em Guarulhos ninguém nos atendeu. Estamos em um grupo de oito, hospedados em uma chácara na Rodovia Presidente Dutra, somente eu falo Português e queremos apenas o transporte até Itanhanhén onde há uma tribo.”

Terminados os esclarecimentos o senhor apresentou uma declaração da FUNAI contendo todos os seus dados e o B.O. aberto em Campinas. Afim de encontrar uma solução, ou ao menos um caminho para esta, liguei imediatamente à Reitoria da Universidade, onde sem sucesso a atendente me orientou a ‘’mandá-lo embora’’ pois a instituição não tinha nada a ver com o problema mencionado. Em sequencia busquei diversos outros órgãos, sem sucesso:

Diretoria de Serviço Social: pediu que entrasse em contado com a diretora do curso quando esta chegasse após às 19h. Ao solicitar o contato do órgão de defesa ao índio a atendente informou não ter ciência de nada desse tipo na cidade.

Secretaria de Assistência Social: informou que só seria possível fazer algo se informássemos o endereço completo de onde os índios se encontram hospedados; entretanto o senhor que se encontrava conosco sabia informar apenas que estão em uma chácara na Rodovia Presidente Dutra.

Posto Avançado de Atendimento ao Migrante: se responsabiliza apenas por casos dento do Aeroporto e de deportações.

Centro de Referência Indígena: não foi possível o contato, pois funciona somente até às 16h.

Por fim, recorremos à Defesa Civil, onde fomos orientadas a fazer o registro pelo 199. Somente neste momento fomos realmente ouvidas pela Secretaria de Assistência Social, onde a responsável conversou com o senhor que aguardava a mais de duas horas por algum resultado, novamente o problema se deu por causa da localização dos índios. Cansado de tantas ligações e nenhuma solução o senhor deixou a Diretoria de Turismo dizendo que seria mais fácil ir andando até Itanhanhén do que esperar os tramites dos órgãos públicos.

Tal situação me impeliu a questionar quais as reais funções de todas essas secretarias, qual o público que atendem assim como qual a grande dificuldade de se fazer ouvir; mais que isso de exercer o que rege os Direitos Humanos.

Em todos os momentos, para todos os órgãos deixei claro que o senhor sabia como chegar até o local em que está hospedado, porém não sabia informar o endereço; haveria muita dificuldade em disponibilizar uma viatura para acompanhá-lo?

Mais tarde conversando com um amigo, o mesmo me perguntou se não seria uma ‘’espécie de golpe’’; acredito que não, ainda que fosse caberia aos competentes designados a tais funções averiguar, o que infelizmente não aconteceu.



Concluo dessa forma com a triste certeza de que quem deveria ouvir e ‘servir’ ao povo mais necessitado na maioria das vezes fecha os olhos e se faz indiferente, como se não existissem.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Muros e Versos




Plena segunda feira de manhã saio pra procurar emprego. Como hábito, meus olhos vasculham todas as paredes da cidade, onde geralmente deparo-me com os mesmos anúncios e ‘grafites’, mas eis que hoje algo diferente me chamou a atenção. 

Por algum motivo, determinado grupo de amigos decidiu colocar um pouquinho de cor e poesia nos dias dos ‘’passantes do centro’’. De forma discreta e simples as moças (ou moços) juntaram um ‘punhado de versos’ em papéis coloridos e foram às ruas com cola em mãos... é fato que tal ato pode, e é, considerado vandalismo, assim como é de se esperar que menos de 40% das pessoas os leiam.... entretanto.... a possibilidade de encontrar um pouco de coração em uma selva de concretos e indiferenças é mais que mágica. 

Como tudo na vida, sempre há algo que marque o início de uma nova faze... Como se fosse ontem –ainda que não tenha se passado muito tempo, risos- lembro de um ‘trecho’ sobre gentileza que considero um marco de transição para esse estranho e confuso ‘mundo adulto’... como era de se esperar, foi exatamente ele que veio à tona no momento em que percebi os cartazes: 




Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca 

Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de gentileza 

(Marisa Monte)

E assim fiquei admirando... observando... e sorrindo...

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Um pouco menos de comodismo...





Se seu desejo é que as coisas mudem, se não está bom, cabe a você, somente a você, tomar uma atitude... É.... a vida é feita de escolhas, dentre todas é imprescindível optarmos por nós, por nossos sonhos e bem estar. 

É fato que há quem não tenha lá muita escolha, mas 90% dos casos a posto e ganho em um tal de COMODISMO, doce e morno, sem dúvidas o maior causador de frustrações e insucessos.... 

Ahh... ZONA DE CONFORTO, sinto dizer, mas a mim não confortas.... amo estabilidade, até aguento a rotina, mas para mim na há remédio para os males já citados.... 

Crio raízes, mas se não está bom, não êxito em espalhar minhas sementes e breve mudar-me, afinal, quem além de mim é responsável pelas minhas conquistas e felicidade?


Com certeza as pessoas sorriam mais se fizessem o que realmente desejam.

Detalhes e presentes





"Quando estava indo para casa, só conseguia pensar na palavra 'especial'. E pensei que a ultima pessoa que me disse isso foi a tia Helen. Foi muito bom ter ouvido isso novamente. Porque eu acho que todos nós esquecemos às vezes. E eu acho que todo mundo é especial à sua própria maneira. É o que eu penso."

 As vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky



Por mais ‘comuns’ que sejam, algumas coisas têm o poder de nos fazer ‘infinitos’. 

São assim todos os pequenos gestos e detalhes, inesperados e algumas vezes quase imperceptíveis, que se tornam mágicos e imprescindíveis para um tal sentimento conhecido por felicidade.

Sempre tive pra mim que presentes sem data são os melhores, afinal, uma pessoa não é especial apenas no dia do aniversário, além do que, é previsível ganharmos coisas no nosso dia.

Muito além do material, presentes devem estar carregados de sentimentos, risos, ‘desobrigação’ e aquele calor gostoso que somente o querer bem consegue emanar.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Colecionando...



Quando me disseram para não ter pressa de chegar aos 15 não dei ouvidos, quando afirmaram que não seria independente aos 18 discordei, quando me falaram de uma certa crise dos 20 tive a certeza de não sofreria a tal.

Hoje, com pouco mais um mês para completar duas décadas e pouco menos de um ano para terminar minha graduação vejo-me completamente perdida, me arrastando pelas horas, com todos e ao mesmo tempo nenhum objetivo, distribuindo centenas de risos pelo dia e milhares de lágrimas pela noite.

A cada semana ''estabeleço'' um plano de vida que gostaria de seguir e ao final das contas, nenhum me agrada.

Desfio cada segundo em sua totalidade, afinal é a única coisa que tenho certeza de possuir, sonho com diversos amanhãs, recordo os 'ontens'.

Conheço novas pessoas, reencontro velhos amigos, encanto e me encanto e ao passo que 'encho' minha vida de pessoas tomo consciência de que não me pertencem e que por mais próximos que permaneçam nossos caminhos, e ainda que compartilhado em alguns, ou muitos, 'quilômetros', o trilhar de cada um é sempre -meio- solitário.

Me cobro por não ter tempo de ler mais, de não me doar mais, de não ver mais pores-do-sol nem tomar tantos banhos de chuvas quanto gostaria e são nesses pequenos detalhes e 'sentimentos de falta' que me conheço, descubro o que me compõe e o que é essencial.

Queixas, dores e mágoas à parte; me chacoalho e percebo que ainda sou nova demais para pensar que nada dará certo e mais nova ainda para colecionar cacos e dúvidas que apenas dificultarão meu trajeto, assim, fecho meus olhos, respiro e opto por colecionar músicas, cores, aromas e poemas...




estar sozinho é meu exercício diário
de bordo
aeroporto rodoviária banco de praça
livro de bolso quarto de hotel
tevê a cabo
restaurante a quilo
chocolate a granel 
pastel com coca e ressaca
café expresso com letras
e tarja preta

sigo na captura
sem estação sigo
repetindo mantras
pela noite escura

eu sou
malas prontas pra viagem
eu vou
minha bagagem tanta
não serve de lição
nem cabe
numa única ilusão
básica

sigo single soul
All Star - Kleber Albuquerque 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Amores e amores



Há quem diga que existe amor a primeira vista, outros que ele é construído a cada dia; particularmente  acredito que não seja uma única forma e que nos é apresentado a cada instante em milhares de faces.

Outro dia fui vítima do "à primeira vista"; em torno de 7h30m, desci do ônibus e deparei-me com belos olhos verdes que me fitavam... Não sei o nome, não vi o rosto, mas nos milésimos transcorridos foi o suficiente para apaixonar-me.

Conheço pessoas que não se encontram nos meus laços mais próximos, mas que guardo uma admiração imensa, e basta alguns instantes de conversa para mostrar quanto carinho há entre nós.

Alguns aparecem, me encantam, tornam-se parte de mim, e permanecem... Outros, infelizmente, somem e deixam poucos vestígios por onde passaram.

Já tive amores eternos que se desintegraram em um piscar de olhos e outros, que nunca precisei declarar, mas que me acompanham, independente da distancia, onde eu for....

Alguns me fazem sentir ciúmes, outros são totalmente desprendidos. Todos me enchem de sorrisos, e em alguns casos me roubam lágrimas.

Tenho amores certinhos, nerds, religiosos, místicos, calmos, agitados, plenos, reservados, tímidos.... todos únicos, mágicos e especiais em suas particularidades... 

Pessoas (quase) à parte há os "pequenos amores" às cores, aromas, músicas, sabores e livros, que de forma bem discreta me envolvem e concretizam certos momentos para todo o sempre.

...E assim, colecionando sentimentos, pessoas e fragmentos vivo cada dia repleto de tudo, repleto de mim...

segunda-feira, 25 de março de 2013

Trilhando





Tudo o que eu sonhei
Está na minha frente
Tudo caminhando num processo longo de ser gente
Está em nossas mãos
É a nossa vida
Cada escolha sempre determina
O que vem em seguida ♪♫
(Lulu Santos) 



É simplesmente inevitável, crescemos, querendo ou não... Que delícia era aos 12 imaginar que aos 18 seria dona de meu nariz... Já estou com 20 e ainda sou extremamente dependente, mais do que antes, hoje o mundo pesa sob minhas costas e  já não existe chão sob meus pés.

Enfim, o outono chegou, e com ele posso olhar para mim, me conhecer, me reservar, e acima de tudo me renovar.. Assim como as folhas que ao fim da vida caem, deixo ir de mim toda a dor, mágoa e incerteza.. É incrível como a cada dia as lágrimas encontram mais dificuldade em sair e quando saem parecem me sacrificar aos poucos.. É, talvez meu coraçãozinho não seja mais tão inocente, e confesso, que esse lento despertar para o que realmente é o mundo dói... e muito.....

O mais difícil é sem dúvidas ter que decidir, não apenas qual roupa vestir, mas quais palavras usar, em quem acreditar, em que apostar todas as suas fichinhas... Só não posso esquecer, que pior ainda que decidir, é ter que começar a se habituar com as máscaras de mil faces que cada um pode te apresentar, será que serei assim?

A palavra que mais ouço é p...a...c...i...ê...n...c...i...a..., todos me dizem para esperar pois irá melhorar, será? Até quando esperar? E quando você chega à indiferença, vale continuar tentando? Até onde vale a pena? Qual a hora certa de parar?

É evidente que irá passar e que essa tal fase de "virar adulto" é complicada para todos, mas ouvir 'relatos' de que 'também passei por isso' não mudará absolutamente nada, afinal, mesmo que me descreva não conhecerei o sabor dos morangos sem antes prová-los, assim como o paladar, cada situação, mesmo que igual, é única para cada um que a vive...

Em meio a esse emaranhado de erros e acertos vou levando meus dias, me encaixando onde caibo, na esperança de uma hora encontrar meu lugar.





quarta-feira, 20 de março de 2013

"Tava brisando..."





"Tô no Metrô ainda; tava brisando, olhando as pessoas e pensando o que elas fazem".

Recebi este SMS de um amigo logo pela manhã, foi inevitável e me fez parar um pouquinho....

Nos encontramos em pleno século XXI, a ascensão da era digital, da comunicação em massa, nunca antes em toda a história foi possível obter e transmitir tantas informações em frações de segundos. A evolução é evidente; posso estar na Coréia interagindo em tempo real com um cidadão na Argentina. Viagens que demoravam meses para serem concluídas, hoje podem ser realizadas em poucas horas... Talvez a melhor palavra para descrever tais conquistas seja "esplêndido". É fascinante estar em contato com dezenas de pessoas de diversas localidades ao mesmo tempo em que vejo o jornal na TV, ouço uma música e leio um resumo na internet. Os amantes não precisam mais aguardar ansiosos para que as cartas cheguem, assim como não precisamos mais frequentar bibliotecas.

Não posso negar que adoro a facilidade de ter tudo em mãos a todos os momentos, o avanço tecnológico é magnífico; só me pergunto: até onde?  Ao fazer uma comparação simples, levando em conta a minha infância e das crianças nascidas após 2005, percebo que a inserção ao mundo digital é bem maior. Aos 10 anos eu mal sabia o que era um computador ou um celular, no entanto, adorava empinar pipa, pulava muros e jogava bolinhas de gude; talvez eu tenha crescido e não perceba mais esses pequenos fatos cotidianos em outras infâncias,  mas raramente vejo, hoje, os guris de 12 anos correndo descalços pelas ruas atrás de uma bola, tomando banho de chuva ou subindo em árvores; contrapartida, basta acessar qualquer rede social (apesar das normas de privacidade e termos de utilização que proíbem os cadastros por menores de 18 anos) para ver  milhares de fotos de festinhas e juras de amores eternos que aparecem cada vez mais cedo e acabam cada vez mais rápido.

Infelizmente são raros os que buscam uma biblioteca para realizar pesquisas, mais raro ainda os que o fazem por amor. É lamentável utilizarmos, na maioria das vezes, apenas resumos de clássicos, afinal, por mais completo que ele seja nunca representará a essência da obra.

Retornando ao ponto de partida......

Ao ler o que citei logo no início a primeira coisa que me ocorreu foi: de segunda a sexta me levanto, me 'ajeito' e saio para trabalhar. Moro em uma cidade do interior, portanto todos os dias entro no ônibus acompanhada das mesmas pessoas, frequento os mesmos lugares....

"tava brisando, olhando as pessoas e pensando o que elas fazem".... 

Creio que todo esse avanço nos faz sentir invencíveis  podemos suprir todas as necessidades através dele.... mas... e o contato humano? Será já não se faz mais necessário? Temos nossas rotinas; cruzamos todos os dias as mesmas pessoas... Custa muito um sorriso? Que tal um bom dia?

Certa tarde andava um pouco desacreditada na vida pelo centro da cidade, não foi possível conter as lágrimas, eis que fui agraciada com a presença de um senhor que me olhou e..: - Não chora menina, Deus te ama, o que aconteceu?...... Essa foi sem dúvidas a maior prova de gentileza que tive nos meus, poucos, quase 20 aninhos.... Simplesmente sublime; uma pessoa que nunca te viu se por à disposição para seus problemas, uma conversa breve, sem nomes, sem cobranças, mas que me fez ver o que é humanidade, o que é amor ao próximo e que me fez resgatar aquilo que eu acabava de descartar: a crença de que as coisas podem melhorar....

"tava brisando, olhando as pessoas e pensando o que elas fazem".... 

O que as pessoas fazem? Com qual finalidade levantam às 4:30, se sujeitam a uma árdua rotina de 10h de atividades diárias para no fim do mês receberem um salário mínimo? Por que utilizam transportes mais que lotados, se distanciando de seus ninhos para estarem em um local em que mal sabem seu nome?

"tava brisando, olhando as pessoas e pensando o que elas fazem".... 

O que há por trás dos rostos mal humorados? Quais histórias e sofrimentos relatam as linhas de expressão de uma face de 40 anos? Será que há uma profissão bem sucedida atrás de todas as roupas sociais e casamentos felizes em todas as alianças?


... Tava brisando, olhando no espelho... o que eu faço?
... Tava brisando, olhando nossos dias... pra onde estamos indo?
... Tava brisando, olhando nossos atos... dói ser um pouco mais gentil?
... Tava brisando, olhando o progresso... parece que estamos cada vez mais próximos de nos tornarmos máquinas...
... Tava brisando, olhando ao redor... é... precisamos de um pouco mais de calor, de cor, de abraços, de sorrisos e principalmente de nós!


segunda-feira, 4 de março de 2013

Despertando





Nova manhã de segunda; definitivamente se inicia mais uma semana.

Não posso dizer que tive uma boa noite de sono, tampouco que ela me deixou irritada ou que levantei cansada. Nas horas que passei meio desperta pela madrugada pude pensar em mim, confesso que meus pensamentos estavam muito confusos e não me lembro com clareza nem a metade deles.

Diferente da maioria dos outros dias me alegrei ao ouvir meu despertador; levantei; me arrumei e... BOM DIA!!!!!!

O ônibus lotado não me indispôs, assim como ver o Sol se levantando não me desalegrou... No breve trajeto que percorro a pé até meu trabalho pude parar e reparar na cidade despertando, e não pude negar, não pude resistir ao encanto de "mais um dia". Longe da loucura entre gritos e corre corre do horário comercial até mesmo as pombas e calçadas quebradas ganham um 'ar mágico',  belo.

Talvez a única coisa que nos falte para sermos nós, para sermos felizes é o silêncio; somente nele há todas as respostas, o autoconhecimento. 

Uma pausa em meio ao tumulto, nos revela coisas surpreendentes, mesmo que rotineiras.

É um erro dizer 'não tenho tempo', assim como é um erro afirmar: 'quando der farei.....'

Talvez eu nunca cresça, e sou feliz por isso; feliz por poder me surpreender, por poder enxergar os sonhos e realizações em cada nova manhã.




Todas as crianças nascem bem na ponta dos finos pelos do coelho. Por isso elas conseguem se encantar com a impossibilidade do número de mágica a que assistem. Mas conforme vão envelhecendo, elas vão se arrastando cada vez mais para o interior da pelagem do coelho. E ficam por lá. Lá embaixo é tão confortável que elas não ousam mais subir até a ponta dos finos pelos, lá em cima. Só os filósofos têm ousadia para se lançar nesta jornada rumo aos limites da linguagem e da existência. Alguns deles não chegam a concluí-la, mas outros se agarram com força aos pelos do coelho e berram para as pessoas que estão lá embaixo, no conforto da pelagem, enchendo a barriga de comida e bebida:

— Senhoras e senhores — gritam eles —, estamos flutuando no espaço!

Mas nenhuma das pessoas lá de baixo se interessa pela gritaria dos filósofos.
— Deus do céu! Que caras mais barulhentos! — elas dizem.
E continuam a conversar: será que você poderia me passar a manteiga? Qual a cotação das ações hoje? Qual o preço do tomate? Você ouviu dizer que a Lady Di está grávida de novo?

O Mundo de Sofia - GAARDER, Jostein

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

1ª Macro





Eu realmente cheguei a pensar que fotografar não é algo tão difícil, até que decidi adquirir uma câmera DSLR; estudei um pouquinho sobre fotômetro,  ISO, abertura e velocidade... Resultado: fotos relativamente boas para uma ‘amadora’ o que sem dúvidas só aumentou meu entusiasmo...

Outro dia ouvi falar de uma tal técnica de ‘lente invertida’ para fotos macro... Dei uma olhada na teoria e... Fácil..... Hahaha, doce ilusão... Não é nada simples ter que segurar o corpo e a lente do equipamento individualmente, regular o diafragma na mão, definir a quantidade de luz ideal sem o fotômetro e por fim o foco conforme a sua movimentação.... eu achava que sabia usar o modo manual....

Um total de 3h, 250 fotos, dores nos braços e cerca de 20 ‘acertos’ me mostram que fotografar é muito mais que ‘querer e fuçar’, é estudo, leitura, uma infinidade de tentativas e erros, é paciência, observação, carinho, esperança, persistência e acima de tudo sensibilidade.... Sensibilidade para captar cada milímetro para mostrar ao outro aquilo que não pode vivenciar... Sensibilidade para emocionar e dizer mil e uma palavras com apenas uma imagem... Sensibilidade para eternizar um momento... Sensibilidade para mostrar, sem impor, a sua visão do mundo... Sensibilidade para mostrar o que não se vê....

Enquanto escrevo ainda não vi o resultado da minha manhã com câmera em mãos recrutando insetos como modelos, mas tenho certeza, seja qual for  (espero que positivo) hoje tive certeza que fotografar não é nem longe algo fácil, entretanto é gratificante, doce, leve, e definitivamente é o caminho que quero seguir...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Jun Do




Se há algo que considero realmente difícil é falar sobre livros, por mais que eu os venere, talvez justamente por isso, receio começar uma resenha, ou qualquer outro tipo de escrita, e não conseguir chegar nem perto do que realmente senti, mas, para tudo há uma primeira vez e.... Lá vamos nós...

Começando com uma historinha...

Certo dia convidei um amigo superfofo para me acompanhar em um sebo, o objetivo era encontrar livros para o meu TCC.... Mais de três horas se passaram nessa busca... e... NADA. Quando chegamos à conclusão de que realmente não encontraríamos e decidimos sair para almoçar, (não vou negar que estava um pouco triste, pois se tratando de mim não é nada normal sair para comprar livros e voltar sem livros) uma capa azul me chamou a atenção e foi amor à primeira vista *-*...


O Livro


Só para 'comparar': o carinho e cuidado que tenho pelas minhas roupas e maquiagem não são nem de muuuiiiitto longe equivalentes à atenção que dou aos meus livros, olha que me considero uma pessoa vaidosa.

Começando pelo aspecto físico... Aparentemente ele teve apenas um dono anterior a mim, o que não o poupou dos maus tratos, as páginas em si estavam bem conservadas, ao contrário da capa que apresentava diversos 'furinhos', mas é claro que esse não era um motivo para não levá-lo para casa.... levei, e não me arrependi....

A história......
A narrativa se passa na Coréia do Norte toda em torno de Park Jun Do, um garoto que foi criado como órfão. O engraçado é que tudo já começa de uma forma dolorosa e quando você imagina que não pode piorar, vêm as provas de que sim.... tudo sempre pode piorar...

O protagonista passa sua vida sendo 'jogado' de um lado para o outro, onde deve realizar todo tipo de trabalho. Ao fim do livro cheguei à conclusão que Jun Do passou toda sua vida sem uma identidade, um ideal, onde sua única companheira -até mesmo quando chegava perto da felicidade- era a dor e claro a lealdade.

A trama, em um todo, é maravilhosa, a leitura é agradável, e confesso, um pouco confusa na segunda parte do livro.

Em certos momentos demorei um poco para me situar em 'tempo e espaço', entretanto a vontade e espera por um final feliz não permitiu a desinteresse pela jornada.

No decorrer de 544 páginas, Adam Johnson retrata não apenas UM romance literário, mas muitas -e acredito que a grande maioria- faces norte coreanas. 

Além de todo sofrimento relatado e as chances praticamente escassas de 'dar certo', Johnson consegue despertar no leitor o fio da esperança, e prova que não é necessário o belo casal ficar junto para um final feliz, mais do que isso, prova que finais trágicos -quando para acabar com a dor- podem ser felizes.

Devaneios






Queria ter o dom de escrever... Escrever de uma forma que tocasse corações, que comovesse, fizesse rolar lágrimas e brotar sorrisos... Escrever de modo tal que trouxesse à tona a nostalgia do belo, da infância e também o despertar para o hoje, para as decisões tomadas, os planos traçados e as dores do mundo... Queria escrever para fazer ver além desses muros de falsas moralidades e poder destacar o que é belo. Poder escamar a alma na mais sublime tristeza e também na mais eufórica felicidade...

Escrever em dias quentes e frios, de sol e de chuva.

fazer uma nova história com tramas de mil e uma outras já contadas.

Escrever para crianças e adultos, religiosos e ateus, para todos os sexos e cores...

Escrever por profissão, determinação e principalmente por paixão.

Por tudo e por nada... Apenas escrever.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Nostalgia





Segundo Larousse: Melancolia, tristeza causada pela saudade da pátria. / Saudade. 

Por mais que a consulta em dicionários nos dê a definição mais que exata dessa palavra tenho em mim que cabe muito mais nela, diria até que uma infinidade de pequeninas peças das quais compomos nossas vidas. 

Pra mim, por exemplo, nostalgia é quando me deparo com uma tarde nublada, de vento gelado e sinto retornar as dezenas de vezes que passei assistindo à TV Cultura e comendo bolinho de chuva... Deparar-me com uma Hera e ouvir meu pai falando que tinha que podá-la todas as primaveras para não incomodar os vizinhos... Sentir o aconchego do cheiro de uma roupa limpa às 13h e viajar para o verão de 99, o ano que comecei a comecei a ganhar o mundo, pois aprendia a ler, e que também vi partir, junto com minha mãe, a grande luz que nos guiava... Nostalgia me vem como os fins de dia banhados em ouro pelo deitar do sol que eu preenchia deitada em cima da laje apreciando histórias que sonhava viver, e vivia... Como os momentos que vagava sem rumo na rua e não havia nenhum problema deitar na calçada, andar descalça pelo asfalto ou deitar às sextas em uma praça qualquer com aquele amigo de mútuo amor incondicional... Essa era minha vida há dez anos. 

Hoje, corro de um lado para o outro, há meses que desconheço o significado de ‘’vida social’’, contrapartida desfruto da liberdade de poder juntar uma turma de amigos e passar o fim de semana na praia; de matar uma aula, por mais importante que ela seja, para tomar café e jogar papo fora; ir ao MC para fazer origami; não evitar a chuva só para apreciá-la com uma boa companhia... 

E nessa coleção de cores, aromas, calores e lembranças acrescentei essa tarde chá de maçã, assim como o cheiro de café às 8h na primavera me remete a alguém especial a mistura adocicada de maçã com canela sempre me ligará à mulher mais perfeita desse mundo, e daqui 40 anos quando ‘minha filha’ me servir tal bebida lembrarei esse hoje com minha mãe.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Sentimentalidades.......



Hoje descobri que não sei fazer nada que eu realmente não queira, que basta insistir em algo que não tenho vontade para todo o brilho se apagar... para começar a doer.

Sempre dei muito valor aos sentimentos, principalmente aos dos que me cercam, mas há momentos em que não é possível passar por cima dos nossos sentimentos.

Talvez não seja nada comum uma garota chorar porque magoou alguém... Podem falar que é hipocrisia, charme,  mas realmente dói dizer não.

Não podem falar que não tentei, sim tentei, e coloquei um ponto final antes de tudo tomar proporções impossíveis de controlar.... 


A próxima pergunta: 

-Por que você não dá uma chance a ele?

- Porque decidi dar uma chance a mim!!!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

TCC



TCC: Sem dúvidas o maior medo de todos os estudantes...Imagine isso no primeiro dia de retorno às aulas.... O trabalho final que resumirá, no meu caso, todo o aprendizado e dedicação de dois longos anos de curso... Confesso que a possibilidade de temas menos complexos é tentadora, mas de que valeria a pena? Como o próprio nome diz é o Trabalho de Conclusão de Curso, o ultimo a ser apresentado, portante, deve ser especial, único...

Pela primeira vez pude sentir uma amostra (mínima) do real peso e exigência que esse projeto exerce sobre nós, e é simplesmente incrível essa sensação do extremo desconhecimento de tudo, do ''será que vai dar certo'' para a euforia de ''está acabando, sei que somos capazes''.

E nesse 'mix de emoções, pensamentos e decisões' tudo que posso fazer é oferecer o melhor de mim e agradecer (antecipadamente) às minhas parceiras de grupo que sem pensar muito toparam explorar um tema como esse...


"Nostalgia
Que há num simples nome?                 
27 de março de 2003
É muito complicado definir a dor, despojá-la de  preconceitos e classificações espinhosas. Seria ausência? Negação? Raiva? Acho que a dor, assim como o medo, tem mil maneiras de se apresentar no mundo. Quando Julieta nasceu e nos disseram que tinha síndrome de Down, minha dor veio em forma de nostalgia. Uma doce nostalgia das entranhas, da minha filha. Onde estaria a menina que eu imaginara durante toda a gravidez?


O Livro de Julieta. Sanchez-Andrade, Cristina" 

Transição e Sonhos



Chega um momento na vida em que percebemos que não há mais tempo para brincadeiras, que as horas começam a passar mais depressa e em consequência disso os anos também.

Tem dias que me olho e percebo que parei nos 12 anos: grandes sonhos, grandes planos, tardes preguiçosas repletas de ''rosa e laranja'', não muitas obrigações e a deliciosa ilusão de ter todo tempo do mundo para escolher uma profissão; um caminho. 

De súbito desperto, 20 anos!!!! Penúltimo semestre de faculdade, estágio, emprego, cursos, reuniões, contas, deveres e mais deveres... 24h são insuficientes para cumprir todas as tarefas com 'perfeição', isso quando é possível concluir alguma tarefa. 

Me sinto perdida e por mais que goste do meu hoje, do que me cerca, do que compartilho, sempre aparece aquela pontinha de dúvida: "é isso que quero para o meu amanhã?"... "E se..."?... "Ainda tenho tenho tempo para mudar isso que chamam de caminho?"... "Afinal, o que é esse tal caminho?"

Diariamente me questiono sobre 10.000 coisas novas; encontro alguns hobbies; desenvolvo uma habilidade e procuro cansar meu corpo só para a exaustão noturna prevalecer sobre o turbilhão de pensamentos desconexos que transbordam em minha mente, por fim, adormeço.... Desperto.... Um novo dia, novas dúvidas... novas realização... e assim vivo, dia a dia, planejando, desencantando, realizando, conquistando e acima de tudo..... SONHANDO!

Tópicos




Inspiração da manhã se esvaindo 

São 4:50; sonho c/ trabalho qndo ouço um som do além....... Além dos cobertores 

Minha cama me agarra 

Meu corpo pede que não levante 

Tenho direito a mais 2 ou 3 minutos? 

Café... Café... Café... 

Inspiração para escrever.... Raridade 

Meias amarelas de joaninha.... Me disseram que é ‘’antiético’’, mas foram as únicas que encontrei..... 


     Estou sonhando com o meu trabalho, quando ouço muito distante um toque comum de todas as manhãs: meu celular se esgoelando para me despertar. Demorou cerca de meio minuto até que eu o encontrasse: 4:50; me pergunto se devo levantar de imediato ou se tenho direito a mais dois ou três minutos. Antes mesmo de decidir o que faria no instante seguinte meu celular me chama novamente, dessa vez, sem muito esforço, pois de alguma forma foi parar embaixo de mim.... Sobressalto!... 5:10... Sem alternativa, me espreguiço, as costas estralam e tudo dói, em dias assim me sinto com 60 anos. Antes de levantar abraço o Rê e por distração o Mapi também, que não “pensou duas vezes” antes de me saudar com um bom dia de elefante. SUSTO! O impulso que eu precisava para levantar. Eis que começa o segundo grande dilema do dia: que roupa vestir? Confesso que não é fácil tentar obedecer a todas as restrições de vestimenta da empresa. Acabei optando por tênis e um velho jeans; o que não é comum. Enquanto tomava café, me arrumava e ouvia música, senti uma necessidade imensa de escrever estes pequenos - gigantes e infinitos dramas cotidianos de quem trabalha, estuda e sobrevive com menos de 5 horas de sono por dia. Descubro que estou com sorte quando, em menos de 30 minutos, consigo um lugar para sentar no ônibus. Transito!!! Sabe-se lá a hora que conseguirei chegar ao trabalho. Penso na matéria de Estatística, em relatórios, na próxima página do meu livro, se escolhi a profissão que amo, se sigo o caminho certo... Mas afinal, que caminho? Tento traçar objetivos e me ‘preparar’ para os fracassos inevitáveis, entretanto, talvez, seja cedo de mais para isso e tarde demais para devaneios desse tipo. É manhã de primavera; a tão ‘temida’ vida me grita que não dá para esperar e sem pedir licença começa agora, no banco de um ônibus, com lápis e agenda nas mãos terminando um desabafo. Recebo um abraço aconchegante do Sol e me sinto pronta para ganhar o mundo.

Primeiro Encontro






Uma semana, pessoas diferentes e a mesma proposta: vamos ao shopping? Que tal um cinema? ..... Eis que me pergunto “sou tão ‘patty’ assim?”, “por que todo cara que me ‘conhece’ me chama para ir ao shopping?”. Deixando bem claro que não tenho nada contra, muito pelo contrário, eles podem ser um excelente passatempo e ponto de encontro com amigos quando às 18h de um domingo um grupo de entediados decide sair, porém não tem tempo para planejar nada... enquanto ao cinema... legal, só não tenho muita paciência, talvez eu durma.... Mas voltando ao ponto de partida... primeiro me diz que o que chama a atenção em mim é o fato de eu ser diferente e em certos pontos um pouco estranha, ok, entendi.... Segunda parte: “vamos marcar de sair?”, “sim, o que você sugere?”, “Podemos ir ao shopping?”....... SE O QUE CHAMA A ATENÇÃO É O FATO DE SER DIFERENTE QUE TAL MARCAR ALGO MAIS ORIGINAL? Há tanta coisa que gosto e quero fazer, locais que quero visitar, será que um piquenique não é mais interessante que ficar olhando vitrines sempre iguais?.... Não é porque pinto o cabelo, uso salto e tenho as unhas (geralmente) bem arrumadas que considero andar entre lojas o melhor programa do mundo, pelo contrário, é um lugar tão comum, impessoal e previsível...


*** É claro que isso não é uma regra para todas as garotas, mas para mim..... Quando eu tinha 15 anos um ‘’primeiro encontro no cinema’’ até que era legal, porém, tudo muda, que tal começar com um café?

****SOU CHATA?! SIM!!!! E ME AMO POR ISSO =D..... SER IGUAL DEFINITIVAMENTE NÃO É LEGAL.