Segundo Larousse: Melancolia, tristeza causada pela saudade da pátria. / Saudade.
Por mais que a consulta em dicionários nos dê a definição mais que exata dessa palavra tenho em mim que cabe muito mais nela, diria até que uma infinidade de pequeninas peças das quais compomos nossas vidas.
Pra mim, por exemplo, nostalgia é quando me deparo com uma tarde nublada, de vento gelado e sinto retornar as dezenas de vezes que passei assistindo à TV Cultura e comendo bolinho de chuva... Deparar-me com uma Hera e ouvir meu pai falando que tinha que podá-la todas as primaveras para não incomodar os vizinhos... Sentir o aconchego do cheiro de uma roupa limpa às 13h e viajar para o verão de 99, o ano que comecei a comecei a ganhar o mundo, pois aprendia a ler, e que também vi partir, junto com minha mãe, a grande luz que nos guiava... Nostalgia me vem como os fins de dia banhados em ouro pelo deitar do sol que eu preenchia deitada em cima da laje apreciando histórias que sonhava viver, e vivia... Como os momentos que vagava sem rumo na rua e não havia nenhum problema deitar na calçada, andar descalça pelo asfalto ou deitar às sextas em uma praça qualquer com aquele amigo de mútuo amor incondicional... Essa era minha vida há dez anos.
Hoje, corro de um lado para o outro, há meses que desconheço o significado de ‘’vida social’’, contrapartida desfruto da liberdade de poder juntar uma turma de amigos e passar o fim de semana na praia; de matar uma aula, por mais importante que ela seja, para tomar café e jogar papo fora; ir ao MC para fazer origami; não evitar a chuva só para apreciá-la com uma boa companhia...
E nessa coleção de cores, aromas, calores e lembranças acrescentei essa tarde chá de maçã, assim como o cheiro de café às 8h na primavera me remete a alguém especial a mistura adocicada de maçã com canela sempre me ligará à mulher mais perfeita desse mundo, e daqui 40 anos quando ‘minha filha’ me servir tal bebida lembrarei esse hoje com minha mãe.
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